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Dra Geórgia Fonseca

Piolho! Inimigo número um.




A infestação por piolhos não é acompanhada de complicações sérias para a criança.

No entanto, há um alto grau de ansiedade entre os pais e responsáveis por escolas e creches. Piolhos na cabeça ou Pediculose têm sido companheiros do homem desde a antiguidade. Há algumas décadas, tínhamos problemas com resistência aos produtos disponíveis para uso. Porém, as maneiras de remover estes incômodos visitantes têm melhorado.

Em nosso meio é comum a infestação em pré-escolares e escolares (entre 2 e 12 anos). Antes da chegada dos modernos inseticidas, usava- se produtos derivados do petróleo e tratamentos com ervas. Houve progressos com a chegada do DDT, mas, caiu em desuso devido à grande contaminação do meio ambiente e perigo de intoxicações. Apareceram, então, agentes como a permetrina, deltametrina, o benzoato de benzila e o monossulfiram que se tornaram os medicamentos de uso atual. Mais recentemente também passou a ser utilizada a ivermectina – único dos medicamentos de uso oral. Seu uso não é autorizado, no entanto, em crianças com menos de 15 Kg.

Uma fêmea de piolho põe dez ovos por dia durante sua vida de três a quatro semanas. Esses ovos se fixam firmemente ao pêlo e duram oito a nove dias para saírem do ovo e vão atingir o estágio adulto em oito a nove dias. Estes dados são muito importantes para se calcular quando deve ser repetido o tratamento.

Numa infestação inicial a coceira demora algumas semanas para aparecer. Desta forma a infestação se espalha mais facilmente porque não chama a atenção dos pais. É muito difícil fazer a prevenção. As crianças fazem muito frequentemente o contato cabeça-a-cabeça, o que ajuda na disseminação.

O tratamento inicial deve ser feito com produto à base de permetrina diluído conforme orientação da Academia Americana de Pediatria. Este produto é considerado o menos tóxico dos disponíveis no mercado. As instruções de uso devem ser atentamente lidas pelo usuário. Existem cuidados especiais de como aplicar e são diferentes para cada um destes produtos. O tempo de permanência do medicamento em contato com a pele também deve ser observado atentamente. Pode ser usado mais de uma vez desde que se constate a presença de insetos vivos. Deve-se fazer novo tratamento após nove dias de terminado o tratamento devido ao ciclo de vida do inseto. O retorno às aulas deve ser avaliado com cuidado. A coceira pode permanecer por períodos de 2 semanas após a eliminação dos insetos por questões de sensibilização.

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