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Alimentação saudável na fase pré escolar. Manter o foco.

Foto do escritor: Geórgia FonsecaGeórgia Fonseca




Não aceitação de novos alimentos nessa fase é esperada. Não é por isso que novos alimentos não devem ser oferecidos, em média de 8 a 10 vezes, mesmo se houver recusa inicial. É um momento de formação de hábitos.

O apetite, nesse momento, é extremamente variável e depende de diversos fatores (atividade, humor, temperatura, ambiente), variando de refeição para refeição e dia após dia.

Devemos manter a estratégia de Exposição Repetida. Ela ajuda na construção do paladar.

As crianças nascem com preferências ao sabor doce e ao umami* e aversão ao amargo e ao azedo. Estas preferências podem refletir um impulso biológico para os alimentos que contenham maior densidade calórica e com alto teor de proteínas, essenciais para o adequado crescimento e desenvolvimento dos bebês e uma aversão aos alimentos venenosos ou tóxicos, conferindo certa proteção à criança.

Contudo, apesar das preferências inatas, o paladar é modificável e influenciado pelo ambiente em que as crianças estão inseridas.

A exposição repetida a novos alimentos é uma das estratégias que auxilia a formar o paladar infantil. Os estudiosos relatam que apresentar entre 10 e 15 vezes o mesmo alimento em diferentes formas de preparo é fundamental para que a criança se acostume ao novo sabor e defina sua aceitação ou recusa.

Outro fator que ajuda a definir uma melhor aceitação é o ambiente em que o alimento está inserido. Refeições cercadas de tensão e conflitos, com crianças forçadas a comer certos alimentos pode diminuir a preferência por esses alimentos mais tarde. Por outro lado, experimenta-los em ambiente tranquilo e alegre facilita sua aceitação.

Alimentos açucarados devem ser evitados até os 2 anos de idade

Embora a preferência pelo doce seja inata nas crianças, a adição de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos, uma vez que a criança está formando seus hábitos alimentares, que perpetuarão para a vida. O consumo de açúcar poderá fazer com que a criança se desinteresse pelos cereais, verduras e legumes e deixe de aprender a distinguir outros sabores.

Em suma, o papel da mãe na manutenção de uma alimentação nutritiva durante a gravidez e lactação somada à exploração do consumo de alimentos naturalmente doces como frutas e alguns vegetais e a exposição repetida a novos alimentos, em ambientes saudáveis são a chave para que a criança desenvolva seu paladar plenamente, tenha preferências alimentares saudáveis e mantenha um bom hábito alimentar durante toda vida.

*O umami é responsável pelo gosto denso, profundo e duradouro que produz na língua uma sensação aveludada. É o quinto sabor, que complementa os demais (doce, salgado, amargo e azedo). Muito encontrado no leite materno, em carnes e alguns legumes.

As dicas para essa fase seriam:

- Os alimentos mais doces e calóricos podem ser mais facilmente aceitos, entretanto, seu consumo não deve ser estimulado.

- Comportamentos como recompensas, chantagem, suborno ou castigos não devem ser utilizados, podendo, em curto prazo, reforçar comportamentos de recusa alimentar.

- Horários: as refeições e os lanches devem seguir uma rotina de horários, com intervalo suficiente para que a criança sinta fome.

- Número de refeições: pode ser de cinco a seis refeições diárias, com horários regulares e intervalo de cerca de três horas entre uma e outra. Café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

- A refeição, mesmo a principal, deve ter um tempo máximo de duração. Não adianta prolongar demais o tempo para ver se a criança aceita mais e, muito menos, oferecer alimentos preferidos se ela comeu pouco.

- O tamanho das porções oferecidas deve estar de acordo com a idade e apetite da criança. Não forçar a criança a comer se ela não está com fome.

- Não utilizar a sobremesa como recompensa.

- Controlar a quantidade de líquidos ingerida durante a refeição. Se possível não oferecer líquidos durante as refeições principais.

- Não há alimentos proibidos, mesmo guloseimas podem ser consumidas desde que com moderação em relação a freqüência e quantidade.

- A criança deve ser estimulada a fazer as refeições na mesa com a família, sem televisão ligada.

- Oferecer alimentos e preparações variadas para estimular hábitos alimentares saudáveis e evitar a monotonia.

- A ingestão de leite é importante (cerca de 500 mL/dia no máximo), mas não deve substituir refeições principais.

- Limitar a ingestão de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura. O consumo destes alimentos predispõe ao desenvolvimento de obesidade e doenças no futuro (pressão alta, diabetes, aumento de colesterol).

- Oferecer alimentos saudáveis, mesmo que haja recusa inicial, para estimular hábitos alimentares saudáveis em curto e longo prazo: frutas, hortaliças, carnes magras.

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