Como saber se meu filho vai falar? Há sinais de bom prognóstico?
Muitos pais têm esse questionamento e todos sabemos que a ansiedade pela fala é o sentimento mais intenso nas famílias das crianças com autismo. Essa ansiedade faz com que os pais e familiares não vejam que há muitos fatores que devem ser trabalhados antes, para que a fala aconteça. O trabalho da parte sensorial, a modulação da ansiedade, o status de saúde física, o ambiente e outros fatores devem ser levados a sério. Mas, existem sinais de que essa fala pode se manifestar? Alguns especialistas acham que sim. A fonoaudióloga Corner C. e a musicoterapeuta Antoinette Morrison descrevem algumas pistas que podem demonstrar essa possibilidade:
A criança consegue cantar palavras quando está sozinha ou em uma situação confortável com apenas uma pessoa? Segundo elas isso demonstra que a criança já está falando: em melodia! Portanto a capacidade de fala já existe.
Quando crianças replicam sons vocais significa que elas compreenderam o que ouviram e foram capazes de replicar esse som em voz alta, deste modo têm certo controle da habilidade vocal.
Muitos pais relatam a seguinte situação: “Ele falou tal palavra uma vez e depois não repetiu mais”. Porém isso demonstra que elas têm algum discurso e que precisam de trabalho para aprenderem a obter o controle desta fala, como também trabalho para modulação do stress para que a fala seja facilitada.
O mesmo ocorre quando a criança apenas sussurra uma palavra apenas uma vez e até os pais ficam em dúvida se ela falou mesmo aquilo.
Balbucio significa que a criança está motivada a produzir sons. Ela está brincando com os sons.
Se a criança reage a um som agradável ou desagradável, a reatividade pode ser usada para trabalhar a resposta sonora e usar o som como expressão. Essa capacidade deve ser encorajada e estimulada.
Mesmo nas crianças não verbais o estímulo à aquisição das habilidades pré verbais é muito importante. Estímulo do contato visual, condicionamento por voz, estabelecer relações entre nomes de objetos e objetos, brincadeiras de troca de turnos em que a criança comece a entender o comportamento do ouvinte e do falante, dar respostas não verbais, acompanhar com o olhar para os objetos nomeados pelo adulto, estímulo do comportamento de imitação e muitas outras habilidades que podem ser orientadas pelo profissional que trabalhe com a criança.
“ Há várias razões para a falta de discurso, no entanto, se o seu filho está com mais de dois anos e ainda não fala, tome cuidado em falar com ele e de sempre responder a ele verbalmente, como se ele compreendesse e pudesse responder.
Se seu filho não está falando, as outras pessoas irão assumir que o seu filho não entende também, por isso é muito importante que você mantenha essa expectativa viva.
Comunicação começa muito antes da formação de palavras. Cante muito para o seu filho. Isto é mais previsível e compreensível para o cérebro do que apenas palavras. A música tem mais estrutura.
Responda aos sons que seu filho emite como se eles tivessem sentido. As crianças podem não estar demonstrando compreensão, mas se elas estão entendendo e não conseguem fazer com que você perceba isto, imagine como deve ser ruim para elas. “
Estimular sempre,com muito carinho e paciência, tendo sempre a certeza de que eles são capazes.
Um grande abraço!
Dra Geórgia Fonseca