O nariz funciona como barreira: filtra, umedece e aquece o ar, o ser humano nasceu para respirar pelo nariz e não pela boca, chamamos de respirador bucal quem apresenta uma respiração oral por mais de quatro meses, a boca não precisa estar escancarada, bastam os lábios e dentes ficarem entreabertos. Atualmente 30% das crianças brasileiras respiram pela boca e apresentam a chamada 'síndrome da respiração bucal'.
Apresentam narinas entupidas, desconforto na garganta e voz nasalada, instala-se um problema sério que, devido à falta de atenção dos pais, acaba prejudicando a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento das crianças.
E isso por vários motivos, principalmente porque o ar que entra pela boca é mais agressivo ao organismo – já que chega ao pulmão com as impurezas do ambiente.
O diagnóstico nem sempre é fácil, as causas mais comuns são as rinites alérgicas e o aumento das amígdalas (localizadas na garganta) e adenóides (também conhecidas como carne esponjosa). Quando estas últimas ficam grandes demais, o ar não passa. Outras causas são as inflamatórias (sinusite), infecciosas (rinofaringites) e alterações anatômicas (desvio de septo).
Ao longo do tempo, o hábito de respirar pela boca provoca flacidez dos músculos faciais, lábios e língua, alterações na postura corporal, deformidades faciais, insuficiência respiratória, má oclusão dentária, cansaço freqüente, boca seca, mau hálito, falta de apetite e noites mal dormidas.
Por causa da flacidez na boca e na língua, o processo de mastigação e deglutição também fica comprometido. Resultado: a criança não tem uma alimentação adequada, já que é impossível triturar a comida e respirar ao mesmo tempo. "Ela come rápido, mastiga pouco, utiliza líquido para auxiliar na hora de engolir e prefere alimentos pastosos. Da mesma forma, a fala, o sono e a concentração sofrem danos. Ainda acontece uma menor oxigenação cerebral quando se respira pela boca, o que prejudica o aprendizado e a criança acorda cansada, pois apresenta episódios de apneias noturnas que diminuem a sua oxigenação e que a fazem despertar durante a noite algumas vezes. Logo podemos concluir que o aprendizado, a disposição, a alimentação estarão prejudicados na criança respiradora bucal.
Mantenha-se alerta para os sintomas e procure tirar as dúvidas com seu pediatra, otorrinolaringologista, o odontopediatra ou um fonoaudiólogo.