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  • Dra Geórgia Fonseca

Como o diagóstico de autismo é dado.


Sympathetic é um têrmo em inglês. Uma rubrica do Repertório Homeopático que significa não só ser empático, mas sentir pelo outro, sentir o que o outro sente...Entendem?!..Ou talvez não?... Minha mãe dizia que a gente só sabe o que já sentiu...Então: Entra um casal no consultório querendo muito que eu dissesse que o filhinho deles não tem autismo. Todos dois tentam ressaltar os pontos positivos da criança: “Olha como ele é esperto!”...Meu coração aperta, pois lembro o dia em que recebi o diagnóstico da minha filha. O colega não teve nenhuma sensibilidade e eu quis morrer!...Sei que eles não vão esquecer jamais este momento, e seja lá o que eu disser à eles, vai ressoar sempre como o maior pesadelo de suas vidas! E eu sinto fazer parte desta hora. Então fizeram um estudo avaliando como o diagnóstico de autismo é recebido pelos pais e publicaram no jornal Americano de Psicologia e Psiquiatria. Mas creio que deveriam fazer também um estudo do comportamento dos médicos ao darem os diagnósticos. O estudo não revela nada além do que já sabemos. Que a experiência do momento do diagnóstico pode ser esmagadora para pais e famílias. Os déficits penetrantes e severos freqüentemente presentes em crianças com TEA estão associados a uma infinidade de dificuldades como o aumento do estresse nos pais e um aumento nos problemas de saúde mental e física, em comparação com os pais das crianças com desenvolvimento típico. Além das pressões financeiras significativas, altas taxas de divórcio e menor bem-estar geral da família aumentam o peso a ser carregado. Esses fatores somados afetam reciprocamente e negativamente o filho diagnosticado e podem mesmo servir para diminuir os efeitos positivos das intervenções. O problema é que a maioria das intervenções para o autismo são avaliadas apenas em termos de resultados infantis, ignorando que o impacto nos pais e familiares podem ter influência nos efeitos imediatos e a longo prazo das terapias. Os modelos de avaliação e intervenção deveriam sempre englobar esse aspecto e o suporte familiar deveria ser tão imediato quanto o momento do diagnóstico e tão contínuo e intensivo quanto se preconiza para as terapias da criança. Não se pode presumir que haja melhora no desenvolvimento da criança sem esse apoio contínuo. Há tanto o que se fazer em termos de melhoria do diagnóstico e tratamento das crianças com autismo mas deixo um apelo aos profissionais para que voltem também seu olhar para as famílias que tanto necessitam de apoio. Agir localmente. Tratar globalmente. Essa poderia ser a melhor fórmula para o sucesso. Dra Geórgia Fonseca

Diagnostic practice and its impacts on parental health and child behaviour problems in autism spectrum disorders Phil Reed1, Lisa A Osborne-

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