Um estudo publicado na Pediatrics revelou que metade das crianças com autismo não estão em ambientes completamente seguros e estão propensas a fugir!
49% das famílias falham em questões de segurança.
Mais de um terço das crianças que fogem não conseguem comunicar nome, telefone, endereço.
Duas de cada 3 que fogem sofrem acidentes de tráfego.
32% das que fogem podem sofrer afogamento.
58% delas já foram encontradas vagando.
62% das famílias cujas crianças já fugiram vivem com sensação de insegurança e pânico.
40% destes pais sofrem de insônia por causa disto.
METADE, VEJAM BEM, METADE DAS FAMÍLIAS NUNCA HAVIAM RECEBIDO ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA DE QUALQUER PROFISSIONAL QUE TRABALHASSE COM A CRIANÇA!
Afogamento acidental causou 91% das mortes.
23% dos casos ocorreram quando a pessoa que tomava conta da criança NÃO ERA UM DOS PAIS!!!
Afogamentos
A liberdade e independência da criança estão associadas a não interpretação adequada de possíveis riscos envolvidos em atividades simples como nadar. Por isso quando a criança está próxima de mar, piscina, lagos ou rios é fundamental que a criança seja orientada se tiver entendimento para tal e mesmo assim mantida sob vigilância. Nunca acredite que porque há muitos adultos em volta, todos estarão “olhando” a criança. Os afogamentos acontecem muitas vezes porque não se delegou uma pessoa especificamente para ficar de “supervisor” da criança. Vocês podem fazer isso por turnos. Nunca deixem a criança sob supervisão de outra criança maior. São medidas importantes:
- Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.
- Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança para dificultar o acesso.
- Bóias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. Eles podem estourar ou virar a qualquer momento e ser levado pela correnteza.
- Próximo a rios, mares, lagos e piscinas o ideal é o uso de colete salva-vidas.
- Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação.
- No mar respeite as placas de correnteza e proibido nadar.
- A piscina sempre deve dar “pé”.
Atropelamentos
Uma medida efetiva para se prevenir atropelamentos é ensinar as crianças desde muito cedo a ter um comportamento de “pedestre” seguro. As crianças que não podem ser orientadas para este aspecto devem andar sempre pela mão do adulto, e sempre do lado de dentro da calçada e nunca o da pista de automóveis.. Oriente seu filho a:
- Atravessar a rua olhando para ambos os lados.
- Respeito aos sinais de trânsito e faixas de pedestres.
- Crianças menores de 10 anos devem sempre atravessar a rua acompanhadas de um adulto, eles não tem capacidade de julgar e agir frente aos riscos.
- Não permita que a criança brinque em entrada de garagens, quintais sem cerca, no meio da rua ou em estacionamentos.
- Nunca atravessar a rua correndo.
- Para descer de veículos (transporte coletivo) assegure-se que ele esteja totalmente parado.
Acidentes com bicicleta, skate e patins
A independência e mobilidade dada às crianças por esses brinquedos devem vir acompanhado de cuidados para que se evite acidentes. São eles:
- A utilização desses brinquedos exige responsabilidade e respeito às leis de trânsito.
- Se a criança não tem entendimento para tal, deve utilizar esses brinquedos em áreas totalmente seguras.
- Utilize equipamentos de proteção apropriados: capacete (fundamental), joelheira, cotoveleira, etc adequados para o tamanho da criança. Todos devem ter o selo do INMETRO.
- Para condução desses brinquedos o ideal é a utilização de sapatos fechados e ajustados aos pés.
- A utilização desses brinquedos deve acontecer em locais seguros como parques, ciclovias e praças. Fora do fluxo de carros, piscinas, lagos, sacadas e escadas.
- Mantenha as crianças sob vigilância até que elas tenham desenvolvido plenamente suas habilidades para controle dos brinquedos.
- Cheque se o funcionamento dos equipamentos e brinquedo estão bons. Não permita que as crianças utilizem brinquedos danificados.
Queimaduras
Elas podem acontecer por chama, calor direto, líquidos quentes ou choque elétrico. Para preveni-las, você deve:
- Manter as crianças longe da cozinha e do fogão, principalmente durante o preparo das refeições.
- Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver passando roupa nem largue o ferro elétrico ligado sem vigilância.
- Cuidado com os fios dos outros eletrodomésticos.
- Não permita que as crianças brinquem com fogo.
- Não permita brincadeiras com fogos de artifício.
- Verifique as instalações elétricas. Fios desencapados podem ser muito perigosos.
- Pipas devem ser empinados, sem cerol, somente em campos abertos e sem fios.
- Não deixa fósforos, isqueiros ou outras fontes de chamas ao alcance de crianças.
- Não permita o acesso de crianças à líquidos inflamáveis (álcool, perfumes, etc).
Quedas
Principal causa de internação por acidentes no Brasil. Podem causar lesões graves como fraturas e traumatismo craniano. Algumas orientações nesse sentido são importantes:
- As crianças devem brincar em locais seguros. Cuidado com escadas, sacadas e lajes sem proteção.
- Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos.
- Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas, pois podem facilitar que crianças os escalem e se debrucem
- Cuidado com pisos escorregadios e coloque antiderrapante nos tapetes.
- Apartamentos devem ter em suas janelas e sacadas telas de proteção resistentes.
Muito importante para a segurança das crianças autistas é que elas saiam de casa sempre identificadas. Você pode colocar nome e telefone nas roupas e também nos sapatos. Há dispositivos de GPS para crianças em forma de relógios e pulseiras, mas são difíceis de serem encontrados no Brasil.
Como nossos avós sempre diziam: Todo cuidado...é pouco.
Occurrence and Family Impact of Elopement in Children With Autism Spectrum Disorders
Connie Anderson, J. Kiely Law, Amy Daniels, Catherine Rice, David S. Mandell, Louis Hagopian, Paul A. Law
Pediatrics
November 2012, VOLUME 130 / ISSUE 5