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  • Dra Geórgia Fonseca

Gagueira



A gagueira pode ser uma barreira para o desenvolvimento social da criança. Apesar de o distúrbio não ter cura, é possível conviver bem com ele.

Quando a gagueira da criança deve ser motivo de preocupação?

Geralmente na faixa etária de dois a três anos e meio algumas crianças podem apresentar uma disfluência fisiológica. Na maioria das vezes isso ocorre porque a criança ainda não domina o vocabulário necessário. Às vezes acontece também por alterações de cunho emocional como, por exemplo, o nascimento de um irmão ou desajuste no relacionamento dos pais.

A disfluência patológica (gagueira) deve ser motivo de preocupação quando a criança está consciente da dificuldade e luta para falar.

Qual a idade limite para determinar essa diferença?

O fator determinante não é a idade, mas sim os sintomas que a criança apresenta, o seu histórico de vida e genética. Esses fatores pesam mais que a idade e são determinantes na indicação ou não de um tratamento fonoaudiológico.

Quais sintomas precisam ser observados?

Os principais sintomas são a repetição de sons, sílabas, pausas silenciosas durante a comunicação, mudança nas expressões faciais ao se comunicar, agressividade e choro.

A insegurança é um fator preponderante para o desencadeamento da gagueira?

A gagueira é involuntária. Não é um hábito adquirido ou uma desordem relacionada a um distúrbio emocional. Para traçar o diagnóstico de disfluência (gagueira) é feita a avaliação dos três “Ps”: o fator predisponente (predisposição genética), o fator precipitante (o ambiente externo) e o fator perpetuante (as razões que mantêm o problema). A criança predisposta descarrega a tensão na fala e não em outro órgão do corpo e, como de costume fica gaga nesses momentos, isso acaba gerando insegurança.

Quais são as maiores dificuldades para o diagnóstico precoce?

A identificação e avaliação precoce são muito importantes para o sucesso do tratamento, entretanto, muitos pais demoram em procurar a orientação de um fonoaudiólogo, o que acaba gerando prejuízos individuais e até biopsicossociais para a criança. O pediatra pode auxiliar os pais na identificação dos sintomas e conscientizá-los da importância da identificação precoce do distúrbio da fluência.

Muitas crianças viram motivo de chacota na escola. Há alguma técnica que ajuda no equilíbrio emocional da criança?

O melhor para a criança é assumir a gagueira. Dessa maneira saberá lidar com as suas limitações. Além disso, o apoio profissional, familiar e escolar é muito importante no tratamento, por isso, é fundamental o acompanhamento do fonoaudiólogo. Quando a criança não consegue lidar emocionalmente com as situações na escola e enfrenta preconceito o suporte psicológico é fundamental.

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