
Para que possamos conseguir Unificação necessitamos da união. Parece óbvio? Será através da união, do bom entendimento, da troca de afetividade entre os membros do movimento em favor das crianças autistas que se estabelecerá a unificação das idéias. União é resultado de afetividade. Se nós não formos capazes de nos estimarmos uns aos outros, tão poucos que somos, como poderemos esperar a simpatia e a compreensão dos outros à nossa causa? A inclusão e aceitação real de nossas crianças? Se não somos capazes de tolerarmos quando algum de nós desliza como poderemos falar em tolerância em relação àqueles que nos agridem, nos perseguem e criam embaraços ao movimento que tentamos à duras penas construir e manter? Essa união é muito difícil

! Constitui-se mesmo parte de nossa prova, sabem? E, para falar francamente, não nos encontramos neste momento nos píncaros da evolução. Nossas reminiscências anteriores fazem com que haja, ao invés de uma empatia positiva, uma antipatia natural. E ao invés de trabalharmos contra este sentimento negativo, as pessoas os cultivam, dando margem a censuras, a maledicências, a comentários desairosos, que somente tornam a situação real de nossas crianças mais embaraçosa! Talvez a verdadeira união possa nascer do convívio, da confraternização, dos debates honestos, das discussões naturais em que não se interponham o orgulho ou o fanatismo, ou a vontade de aparecer, de ser destaque, cada um apresentando sua forma de ser, de ver e de crer e ao mesmo tempo dar lugar ao entendimento. Vamos trabalhar por dias melhores para nossas crianças, mas também por nossa transformação interna. Talvez, para que tudo se encaixe, muitas arestas nossas ainda devam ser aparadas. Paz e luz. Dra Geórgia Fonseca